28 de outubro de 2013

A prova de que os homens só ouvem o que querem

*Sobrinho vidrado na tv*

Eu: Então, o que fizeste hoje na escola?
Sobrinho: SOU EU!!!!
Eu: ...Eu não te perguntei quem era a minha coisa boa, perguntei-te o que fizeste hoje, puto!

29 de julho de 2013

Pérolas de petiz #2

(com desejos de McDonald's para o jantar - para os mais novos ou mais distraídos, há uns anos dizia-se que a carne dos hambúrgueres era feita de minhocas trituradas)

Eu: Pai, não queres ir comigo buscar minhocas para o jantar?
Gonçalo: Tia, tu vais comer MINHOCAS?!
Eu: Hum... (disfarçando o riso) vou pois!
Gonçalo: Hum...
Eu: Também queres?
Gonçalo: Urgh...não sei...

(passado uns minutos)

Gonçalo: Tia, quero ir apanhar minhocas contigo!
Eu: Tens isco??
Gonçalo: (fazendo beiço) Não...
Eu: Então não podemos ir apanhar minhocas.
Gonçalo: Mas eu QUEROOOOOOOO!!!!

(e sim, eu sei que as minhocas SÃO o isco, mas ele não sabia, tá?)

12 de julho de 2013

Aquele momento em que...

te apercebes, através do facebook, que tens uma prima que tira fotos na casa de banho.

I don't wanna live in this world anymore!

11 de julho de 2013

Há dias dei por mim a dizer, como verdade incontestável, que as pessoas não mudam. Concordaram comigo, mas ressalvaram que as pessoas parecem mudar, porque têm "fases". Mas o que são as fases, mais do que as várias faces de um mesmo ser? Nem sei se considero fases como algo isolado, como essa minha amiga me dava a entender. Uma fase é uma exacerbação de uma qualquer particularidade da nossa essência. Essência essa que não creio que mude. E no entanto... passamos boa parte da vida a tentar mudar a nossa e a dos outros. Achamos sempre que o namorado abusivo vai mudar e tornar-se mais carinhoso, que a mãe negligente nos vai passar a dar atenção com o passar dos anos, que o amigo vai passar a ter mais consideração por nós e dar valor a quem o trata bem. A besta da realidade é que mesmo que tudo pareça ter mudado, basta um clique, um acontecimento que retire a pessoa do aparente controlo que tem sobre os seus comportamentos, e os velhos hábitos voltam como se nunca se tivessem ausentado. Permaneceram dormentes, aninhados nas profundezas do ser, apenas à espera que a farsa caísse. Por isso não, não acredito que as pessoas mudem. Apenas desenvolvem uma extrema capacidade de mentir, por vezes até a si próprias. 

1 de julho de 2013

Pérolas de petiz

Eis que tenho um sobrinho com 4 anos e meio, com toneladas de piada. Ora atentem nesta preciosidade:


Na toalha, a secar depois de uma eternidade (ou assim me pareceu) de brincadeiras na piscina:

Eu: Gonçalo, o que queres ser quando fores grande?
Gonçalo: Não sei...
Eu: Queres ser polícia?
Gonçalo: Não.
Eu: E bombeiro?
Gonçalo: Hum... não.
Eu: Então e que tal astronauta?
Gonçalo: Sim!!!
Eu: E tu sabes o que é um astronauta?
Gonçalo: Não... mas eu tenho vertigens!!!

30 de maio de 2013

Tentar prever o imprevisível por defeito. Doce amargo reservado aos mártires da alma, apenas pelas suas próprias mãos. Não há pior loucura do que pensar que tudo poderia ter sido diferente do que alguma vez foi, apenas porque se falhou na previsão. Já aqui o disse, se o passado não nos pertence, o futuro tão pouco mora no regaço do nosso controlo desenfreado. Tentar saber a ordem das coisas, quando as coisas não têm lugar definido ou sentido atribuído, antever saber sem fazer ideia do que se está a adivinhar é passatempo ou dos muito leves, ou muito pesados de alma. Saiu gorado. Sairá sempre enquanto se viver sob a ilusão de que tudo é passível de ser manipulado, que o mundo se rege pelas mesmas regras contraditórias que impomos a nós próprios. Ó (des)razão retorcida, que sempre pelas mesmas torrentes de pensamento me afogas. Não se respira com este peso nos pulmões, inundados de fachada. Afinal, vivemos duas vidas: aquela que tem um guião escrito pela nossa própria utopia e aquela que o mundo nos impõe pela força.

17 de maio de 2013

14 de maio de 2013

Aquele momento em que...

... uma criatura que com quem já não tinhas contacto há um ano se lembra da tua existência e, depois de ver que não tem a resposta que quer às mensagens, decide ligar-te à 1h da manhã... eu não mereço, a sério que não.

4 de maio de 2013

"Updates de estagiária" feat. "Aquele momento em que..."

Um senhor decide, no final do atendimento e com a farmácia cheia, declamar-me todo um poema que parecia não ter fim. Isto com o meu próximo utente a gozar com a minha cara enquanto eu tentava que o senhor calasse a sua veia poética... Durante alguns dos mais longos minutos da minha vida, acho que todo o meu sangue se devia encontrar nas minhas bochechas!

28 de abril de 2013

People never cease to amaze me.


Quem, mas QUEM é que no seu juízo perfeito escreve este tipo de coisas no seu mural de facebook?? Este tipo (que eu mantenho como "amigo"apenas para me sentir só um bocadinho menos idiota que alguém, pelo menos de vez em quando - sim, eu sei que estes meus padrões morais às vezes são questionáveis, mas quem não faz o mesmo que atire a primeira pedra!). Eu já me maravilho com as pessoas que escrevem só coisas como "estou triste" ou "até amanhã", em jeito de resposta à pergunta pseudo-inocente do "Como está tudo, X?", mas há limites. Ou talvez não. Atentem no atentado à lógica (ou falta dela) desta mensagem. A criatura a querer sair por cima, armando-se no valentão da aldeia, ah e tal se tu não mandas eu também não, à la lógica de um menino de 4 anos, acaba publicamente humilhado porque está a mostrar que está claramente melindrado com a solidão em que o seu telemóvel se encontra. Isto para toda a gente ver. Tenho para mim que este tipo um dia ainda arranja uma página como o Dioguinho, o Encornado, à conta deste tipo de proezas.


27 de abril de 2013

Updates de estagiária #4

Atender ao público tem muito que se lhe diga. Tenho para mim que é uma excelente forma de conhecer o tipo de pessoas que existe por aí e que até agora não passavam de "uma história que o amigo do vizinho do meu avô contou à minha prima em segundo grau". No outro dia conheci uma personagem de bradar aos céus por clemência, (levem-me deste mundo cruel!) eu não quero coexistir no mesmo mundo que esta pessoa. Passo a explicar:

Turtle, com sua alegria matinal, avista mulher nos seus 40 (aviso já que eu sou péssima a avaliar idades, tenho histórias igualmente péssimas com isso -.-), com ar trombudo e desleixado, doravante chamada de "Criatura do demónio" e chama-a para o seu balcão. 

Turtle: Bom dia!!
Criatura do demónio: (olha para mim com ar de desprezo, olha em volta, apoia um cotovelo no meu balcão e...) Tem alguma coisa para fazer abortos? (assim, de chapa, alto e bom som)
Turtle: (dou um passo para trás, assimilo o que ela está a dizer, penso "grande filha da mãe que quer que eu lhe dê misoprostol, isto não me está a acontecer") Desculpe, mas não lhe posso dispensar nada para isso...
Criatura do demónio: Tem Norlevo ou Postinor???
Turtle: (penso que nunca ninguém lhe deve ter explicado que a pílula do dia seguinte não é abortiva, mas menos mal que é só isto que ela quer, vou buscar a Norlevo que era a que estava mais a jeito e ponho a caixa no balcão) Bem, tenho Norlevo, por exem...
Criatura do demónio: (interrompe-me a meio do discurso, agarra na caixa com a pontinha dos dedos, como se de algo nojento se tratasse) E quantos comprimidos tem isto?
Turtle: Tem só um, é de toma única. (penso, afinal não és tão versada assim, criatura do mal). Se a relação tiver ocorrido há menos de 72 horas, a eficácia deverá ser bastante grande.
Criatura do demónio: DISSE QUANTAS HORAS?!
Turtle: 72 horas. A partir daí ela também tem acção, mas quantas mais horas tiverem passado, a eficácia decresce grandemente.

Criatura do demónio olha para mim com o mesmo ar de desprezo, atira a caixa para cima do balcão e vira-me costas sem mais uma única palavra.

O que é que eu tiro disto? Para a próxima não digo nada. É que por muito pouca acção que a pílula fosse ter, sempre era qualquer coisa entre aquela mulher e a maternidade. Ninguém merece uma mãe daquelas!